sábado, 15 de março de 2014

Capítulo 8


                         "São poucos os que se dão ao trabalho de erguer a mão e segurar alguém!"

Ouvi dizer que Las Vegas era a cidade do pecado, que todos os sonhos aconteciam aqui e que por isso era chamada assim. Eu mesmo cheguei a passar quase uma semana mendigando por aqui, mas o que eu conhecia da cidade era apenas o seu lado negro, onde as pessoas que não têm dinheiro lutam pra sobreviver. Mas agora estou aqui, porém não como turista ou um mendigo, mas sim alguém que precisa muito da ajuda de alguém que nem conhecia.
Depois da discussão na fogueira, todos concordamos em alugar um carro, mas as economias não durariam muito mais se gastássemos assim, mas Damara garantiu que o tal viajante pelo qual estávamos atrás era rico e cuidaria de tudo. Não sei porque ele se incomodaria com isso, em primeiro lugar porque eu e Mary somos completos estranhos, segundo porque se ele fugiu do próprio planeta ele com certeza não iria querer ajudar a salvá-lo, pois isso provavelmente pouco importaria.
Passamos por uma estrada que se parecia muito a um deserto por quase não haver civilização à vista e poucas pessoas passeavam, e no estado de Nevada encontramos finalmente a cidade do pecado. Damara começou a me instruir na direção para eu saber onde ficava o hotel Lotos. Achei interessante, pois li uma vez que a flor de Lotos fazia parte da mitologia grega por serem entregues às pessoas por ninfas para que durmam e permaneçam como prisioneiras pelo resto dos tempos sem que eles nem percebam o que há, sem que envelheçam e que tudo não passe de horas, quando, na verdade, são séculos.
Estacionei na frente do hotel. O portão era enorme, com portas corredeiras automáticas de vidro, dois vasos com palmeiras um em cada lado, um segurança de posição ereta e sério e com um interfone no ouvido. O prédio inteiro parecia ter uns cinco a oito andares, não sei dizer, porque logo descemos do Ford alugado e caminhamos em direção à recepção. Uma mulher que usava o cabelo preso em um coque e a maquiagem um pouco exagerada demais nos encarou com um sorriso meio forçado, talvez fosse pelo fato de nossas aparências não estarem das melhores agora que estamos há quase quatro dias sem ver o chuveiro. Mas tudo bem.
- Posso... Ajudá-los? - ela disse.
- Gostaríamos de falar com Lyam Patrick. - Damara respondeu.
- Qual é o seu nome?
- Só diz que encontrei a sua última peça do quebra-cabeça. - ela piscou e a recepcionista assentiu, botando um telefone fixo sob a orelha.
- Só um minuto, por favor.
- Tudo bem. - Damara se afastou e veio até Mary e eu, observando ao redor.
- Ele mora aqui? - Mary perguntou, o espanto em sua voz claro pelo luxo do local.

Damara riu.
- Ele é o dono.
- Ual. - eu disse.

Minutos depois um homem de estatura alta usando um casaco e fumando um charuto apareceu, parecia confortável nos trajes, apesar de não ser algo que normalmente se usaria em público. Ele tinha olhos azuis firmes, mas por algum motivo não me intimidei com eles, apenas imaginando o quê de tão intrigante eu tinha pra que ele continuasse devolvendo o olhar.
- Damara. - ele começou, com um sorriso de canto.
- Lyam. - ela respondeu - Como pode ver eu consegui fazer o que me pediu.
- Como assim ele pediu? - indaguei.
- Eu sou o motorista que você viu deixar Damara cair da caminhonete quando a encontrou.

Franzi o cenho, lembrando e quando liguei os fatos percebi que ele falava a verdade. Era ele o motorista maluco que deu um cavalo de pau no meio da estrada violento o suficiente pra jogar Damara no ar.
- Isso faz sentido. - concluí. Ele sorriu.
- Eu precisava que ela comprovasse que os boatos eram verdade, mas...  - Lyam estreitou os olhos, desconfiado, observando as pessoas que circulavam por perto pelo salão - É melhor conversarmos em um lugar mais apropriado.

Lyam nos acompanhou pelo elevador que levou a um hall secreto, sei disso porque tudo estava escuro e pelo som ninguém estava presente. Ele apertou um interruptor e um estacionamento extenso se revelou, com carros de todos os estilos, marcas e modelos e até um espaço especial em um canto para mecânica dos mesmos.
- Então é esse o último beloviano. - Lyam começou.
- Sim. - Damara respondeu.
- E quem é a humana? - apontou para Mary e eu percebi um olhar sobre ela que não me agradou muito.
- Uma amiga. - respondi, segurando a mão dela.
- Ah. - ele abriu um sorriso - Não devia ter criado laços afetivos com ela, filho de Belovian, ela corre sério risco de vida se descobrirem que ela é importante pra você.
- Eles já sabem. - Damara disse e ele a encarou - É por isso que ela veio, eles a matariam, tentando encontrar John.
- Posso fazer uma pergunta? - me impus, depois de uma pergunta ter saltado em minha mente.
- Ora, já está fazendo. - Lyam respondeu, rindo. Olhei sério pra ele. Alguma coisa nesse cara não me agradou muito, mas meu instinto dizia que ele era a última pessoa a quem eu deveria desconfiar, então achei que era apenas uma irritação passageira - Tenha senso de humor e faça logo sua pergunta, homem!

Revirei os olhos.
- Se eu sou o último beloviano, obviamente não tenho poder para acabar com o exército de Olten sozinho, e com certeza ele sabe disso. Então por que ele estaria atrás de mim?

Lyam arregalou os olhos e encarou Damara que se encolheu, envergonhada.
- Não contou pra ele?
- Ele não está preparado, teve uma briga muito feia e bateu a cabeça. Não posso arriscar perdê-lo outra vez. Não posso... - ela já estava praticamente aos prantos e isso me causou confusão. O que eles escondiam ainda de mim? Lyam respirou fundo.
- E o que inventou pra ele? Que você é uma viajante como eu? Tenha dó, Damara!
- Como é que é?

Ele analisou minha reação.
- Oh, céus... Foi exatamente o que você disse, não foi?



Heeeyyy
Eu sinto muito, meninas, mas eu acho que vai ser assim de agora em diante. Apenas dois capítulos por semana. O que acharam? O que a Damara tanto esconde? Hehehe não vou dar pistas ;)
Mas o Lyam parece um pouco com o cara na foto lá em cima kkkk
Beijos
resposta

4 comentários:

  1. Minha flor que perfeito
    Tudo mesmoooo u.u
    To viciada aqui
    Super curiosa para saber mais...
    Posta loogooo
    Beijos

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    1. Own, obrigada, linda! <3
      kkkkk vai saber em breve! ;)
      postadoo
      beijos

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  2. Hoyy
    O que é, o que é: um pontinho azul num canil?
    Um bluedog. Ba dum tss. #SóPraDescontrair
    Amei! Na boa, pra ser sincera, eu não gostei muito dos dois ultimos capitulos, mas esse foi simplesmente perfeito!
    Na boa, o que a Damara tanto esconde, Jesus?!?!
    Sinto cheiro de um antigo romance no ar kk ou é isso, ou eles têm algum laço familiar, não sei. Dica?
    Esse mau pressentimento nunca acaba bem! Mas o Lyam não parece suspeito.... é você quem sabe kk
    Posta logoo o/
    Beijos!

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    1. kkkkkkkk Deus...
      eu sei, tentei fazer do estilo um passo de cada vez, mas acho que não deu muito certo kkkk mas valeu pela sinceridade, flor! :))
      Acho que depois desse novo capítulo essa suspeita se foi, né? kkkkk
      Dica? Hum... Deixa eu ver... Não, senão estraga a surpresa!kkkkk não me mata!
      kkkk Lyam é uma pobre alma boa!
      Postadooo
      Beijos kkk

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 renata massa