segunda-feira, 14 de abril de 2014

Capítulo 14 (Último) + Epílogo


                                     "Não são suas qualidades, mas suas ações que te definem!"

Eu encarei o sujeito. Havia algo assustadoramente familiar nele e eu não sabia dizer o que era.
- Não, - ele continuou, seu tom presunçoso - me disseram que sua amada te retirou as lembranças, não é? Irina, me conte como foi fritar o cérebro do seu querido marido?

Franzi o cenho, olhando de volta para a mulher presa na jaula, aquele nome me era muito familiar.
- Não dê ouvidos a ele, Kal-El. - Irina disse, fracamente e quase sem abrir os olhos, segurando-se no ferro da jaula - Sabe que o que fiz foi para o seu bem.
- Mentira! - o homem gritou - Você apenas quis que ele ficasse longe dos perigos que eu representei, não só para você, mas para a família inteira! - então sorriu, acalmando a voz - Mas tudo bem, aqui temos o nosso Kal-El de volta e agora você tem a chance, meu irmão, de se juntar a mim, esquecer toda essa bobagem de vingança e juntos governaremos Belovian como se deve. - ofereceu-me a mão - Venha comigo!
- Não... - Irina sussurrou, sem forças.
- Quem é você? - eu perguntei finalmente.

Ele sorriu.
- Já sabe que sou seu irmão mais novo, aquele que lhe negaram o trono de Belovian porque o mais velho era o próximo na linha de suceção do trono, aquele que lutou por seus direitos de nascença por ser também filho do rei! Sou Ol-Olten. - sorriu vitorioso.

Um choque tão grande chegou em mim. Como... ? O meu irmão era o culpado por tudo isso e eu... Era o filho do rei?! O rei de Belovian... Não! Não podia ser real, não podia ser...
Minha cabeça começou a doer, eu pus a mão na testa, sentindo-a latejar, tamanha era a dor e acabei caindo de joelhos. Então flashes invadiram minha mente. Me encontrei em uma sala, com um senhor, que sugeri ser meu pai, discutir com Olten. Os dois brigavam violentamente, Olten parecia estar indignado por não ser coroado e meu pai acabou por dizer que sua rebeldia fora tanta que ele estava expulso de Belovian, e que não era mais filho de El. Olten jurou vingança.
- O que você fez com ele? - ouvi Irina perguntar, desesperada, antes de me levantar novamente.
- Então quer dizer que meu querido irmãozinho foi poupado esse tempo todo das informações? Isso é melhor do que eu pensava.

Ergui meu olhar para ele, ainda no chão, carregado de ódio. Agora tudo fazia sentido! Os buracos negros em minha memória foram se ocupando finalmente com as lembranças reprimidas e nada estava mais em branco. Eu me lembrava de tudo!
- Você! - falei, apontando para a figura de Olten - Você matou meu pai! - ele riu, jogando a cabeça pra trás.
- Aquele velho tolo não sabia dicernir quem era realmente capaz para liderar um reino. Você e essa sua compaixão pelos fracos te torna fraco. Nunca seria ápto para isso.
- Matou aquelas pessoas inocentes. Em todos aqueles planetas, sem nenhuma piedade. Não tem coração!
- Um líder deve ser firme. Belovian sempre teve capacidade para dominar todos aqueles planetas, mas por fraquesa os deixou de lado. Eles são vermes e nós somos deuses, Kal-El! Sempre fomos e seremos!
- Não sou igual a você. E você nunca será rei. - avancei contra ele com minha espada, mas Olten a parou com a sua própria. O som das lâminas se batendo ressoou pelo local.

Ele foi mais forte e continuando a empurrar, eu cambaleei para trás. Porém, antes que ele pudesse me atingir em seu momento de vantagem, eu me recuperei rapidamente de meu desnorteio e dei uma cambalhota para o lado, escorregando logo em seguida para derrubá-lo com minha espada pelas pernas em um golpe certeiro. Ele caiu de costas e eu aproveitei para deixá-lo imóvel, pisando sobre ele e com a espada ameaçando cortar seu pescoço. Meus dentes estavam cerrados.
- Me mate, anda. - sorriu - Você não tem coragem. - e então riu - É um fraco!
- John! - olhei para frente ao ouvir a voz de Lyam, caminhando em nossa direção. Mas foi um erro, Olten se aproveitou de meu momento de distração para esfaquear minha perna com uma pedra verde.

Eu caí de lado, gritando de dor. Era a primeira vez que algo penetrava minha pele e eu não tinha ideia do que aquilo era feito, mas com certeza eu não era invulnerável a isso. Segurei minha coxa e olhei para minha mão. Eu estava sangrando! Merda!
Olten se levantou, rindo de mim e tomou minha espada, quebrando-a no meio. Logo pegou a dele e olhou para Lyam.
- Saia daqui, vai embora! - eu gritei para ele, porém fora inútil, no minuto seguinte Olten partira seu pescoço.

Uma lágrima caiu quando vi, sem fala, a cabeça de Lyam rolar pelo chão.
- Viajante sem ultilidade. - ele disse, limpando a espada com um lenço. E rindo - Agora é sua vez!

Se aproximou de mim. Mesmo eu me arrastando, com a pedra em minha perna tornando isso ainda mais difícil, não consegui escapar de Olten que ficava cada vez mais perto.
Ele posicionou a espada sobre meu pescoço, obrigando meu maxilar a levantar, deixando-me mais vulnerável ainda. Fechei os olhos. Era o meu fim.
- Kal-El, lembre-se... - escutei vagamente Irina dizer - Você sabe o que fazer para acabar com isso. Não deixe que seu passado interfira no futuro.

Ela tinha razão. Durante todo aquele tempo eu tinha medo de fracassar porque, dentro de mim, eu sabia que havia feito isso com meu povo antes. Eu havia fracassado. Mas agora tinha a chance de concertar tudo, mas estava com medo de errar novamente. Eu sabia o que fazer!
Me concentrei, colocando as duas mãos nas costelas de Olten, segurando-as. Comecei a sentir uma energia passando para meu corpo, a energia dele. Olten começou a gritar de dor, exatamente como eu esperava e a luz de Irina saía de minhas mãos, como se fosse parte de mim. Ele largou a espada longe e começou a se contorcer, ainda gritando.
Caiu para o lado e eu me afastei, arrastando-me. Agora conseguia retirar a pedra e foi o que fiz, joguei-a pro lado e observei enquanto Olten morria.
Estava acabado.
Ofegante, peguei a espada dele e arrebentei as grades da jaula, libertando Irina. Ela me abraçou forte e eu senti a fraqueza retornando, mas era algo bom, porque nós estávamos bem.
- Eu sabia que conseguiria. - ela disse e eu sorri leve.

Epílogo.



Com Olten morto os belovianos e Soltinos se uniram para espalhar a paz pelos planetas escravizados, Irina me perguntou se eu gostaria de voltar a governar com ela, mas eu recusei, não era pra mim. Deixei o poder com minha antiga esposa, isso mesmo, ela me libertou do casamento, disse que não daria mais certo depois de tudo o que aconteceu.
- Você é o melhor pai que alguém poderia ter! - Damara disse, quando eu a perguntei se gostaria de viver comigo ou com a mãe - Mas eu não conseguiria me acostumar com os humanos, eles são... Primitivos. - riu.
- Tá tudo bem, eu só quero que você seja feliz e que fique bem. - a abracei e ela retribuiu, suspirando.

Ela caminhou até a nave do rei de Soldin que logo decolou. Fiquei assistindo-a partir e observei o campo novamente, era muito bom estar em casa. O gramado continuava verde, o sol, acalentando-me, as folhas das árvores distantes balançando com a brisa e esta batendo em seu rosto, acariciando. Eu senti muito pela morte de Lyam, ele esteve comigo durante tudo e eu nem tivera tempo para agradecer por isso, mas tenho certeza que, onde quer que ele esteja agora, ficara orgulhoso pela derrota de Olten, e, apesar de eu não me sentir bem com ideia de que matei meu irmão, sinto conforto lembrando nas vidas que salvei no processo. Sorri, entrando na casa de fazenda. Mary fazia algo para o almoço na cozinha, sorrindo ela olhou para mim. Estava tão linda! A abracei por trás e beijei seu ombro.
- Estou fazendo um bolo.
- Humm. - respondi - Eu quero um pedaço. - Mary pegou melou seu dedo indicador na massa de chocolate e me ofereceu, fechei os olhos e lambi devagar - Agora eu vou querer o bolo inteiro. - ela riu. Eu a virei para mim e segurei seu rosto, encarando-a - Obrigada por ficar comigo todo esse tempo, mesmo com minhas anomalias você não foi embora. Mesmo depois de tudo!
- Sabe que não foi à toa ficarmos juntos, não é? - revirei os olhos.
- Eu sei. Irina me explicou que você era uma cópia dela para me vigiar de longe. Mas ela te libertou disso e... Você é você. E eu quero ficar aqui, assim, enquanto puder.

Ela sorriu, colocando seus braços em volta de meu pescoço.
- Você é especial!

Fim



Aeeeee \o/ Quem gostou do final???
Muitas perguntas foram respondidas e eu decidi colocar logo o epílogo aí porque tava muito pequeno e... Por que não, né? kkk
Agora vem aí... Damned Blood! Vai demorar uns dois ou três dias porque minha internet é lenta e eu quero trazer um lay novo pra vocês! :D
Mas já tá tudo pronto e dessa vez não vai ter frescura de ficar atrasando postagem! \o/ \o/ \o/
E, eu tenho que dizer pra quem acompanhou os poucos capítulos que foram postados em meu antigo blog: Essa não é a versão original, é muuuuiiiitttooo melhor hehehehehe
Porém, no começo, vai parecer um pouco chato porque eu não quis colocar anormalidade logo de cara, quero que as coisas aconteçam bem devagar, tudo a seu tempo e a protagonista, na antiga versão, era muito chata, dessa vez, ela está mais... Sensata! kkkkk
Bem, beijoss
Respostas

2 comentários:

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 renata massa