terça-feira, 24 de junho de 2014

Capítulo 15


– Mike, preciso falar com você. - disse por telefone, minha voz saindo mais nervosa do que eu queria.
– O que foi, aconteceu alguma coisa? Você tá bem?
– To, eu to... - fechei os olhos, tomando fôlego pra parecer mais calma - Eu to bem, só... Pode vir aqui em casa hoje?
– Ammy, não dá, eu tenho reunião de trabalho.
– Eu sei, mas não tem como adiar? - o telefone ficou mudo por alguns segundos e eu deduzi que ele estivesse checando a agenda ou algo do tipo.
– Tudo bem, dá pra eu fazer uma visitinha hoje à noite, tá bom assim?
– Está ótimo. - sorri, aliviada.
– Ok, tchau, pequena.
– Tchau. - desliguei o telefone.
Passei as últimas horas pouco ligando para o que falavam ao meu redor, os pensamentos somente concentrados no que eu faria pra sobreviver ao Ian e Diego. Não podia contar pra Alison, não podia contar para minha mãe, pro Mike ou até mesmo pro Logan. Estava sozinha. Precisava das últimas pistas para descobrir alguma fraqueza ou, sei lá, uma arma, tentar ao menos me defender e não me oferecer de bandeja como Ian ordenara. E era por isso que eu queria conversar com Mike, ele conhecia Logan de algum lugar e falara dele para a vovó, e eu também não esqueci do dia em que conversamos na praia e ele fugiu quando mencionei o nome do mesmo. Se meu irmão era a última esperança que eu tinha, eu iria atrás, só tinha que me garantir que durante tudo ele não desconfiasse que me meti em uma furada.
Às oito e meia a campainha do apartamento tocou, eu corri do quarto para atender. Recebi Mike com um sorriso enorme no rosto.
– Ei! - ele me abraçou - O que é tão importante que você não pode esperar a mamãe e o papai viajarem?
– Ah... - cocei a nuca e peguei o casaco na cadeira ao lado, saindo e fechando a porta - Eles não sabem que você viria e eu não avisei. Quero falar com você a sós. - ele me olhou, desconfiado.
– Ammy, você tá me assustando, tem certeza de que não aconteceu nada?
– Tenho, é que... Só vamos até a praia e lá eu conto a você.
Mike não discutiu, ligou seu carro e me levou até a praia de Seatle no fim da rua. Perto da areia eu retirei meus tênis, segurando-os na mão, então começamos a andar.
– Na última vez que estivemos aqui eu lhe contei sobre um garoto na escola com quem estava... Enrolada. - ri leve e ele me acompanhou - Você se lembra?
– Logan.
– Isso. - sorri - Por que você reagiu daquela maneira? Simplesmente foi embora e me deixou sozinha, não deu nenhuma explicação depois.
– É que eu o confundi com outra pessoa. - arqueei a sobrancelha.
– Quem?
– No meu trabalho eu lido com criminosos todos os dias, pequena. Esse Logan que eu conheci foi um dos grandes, filho da mãe, ladrão no Canadá. Ele era famoso por enganar garotas inocentes, como você. Pensei que estivesse aqui e não suportei a ideia de você estar em perigo.
– Mas eu disse Logan Relmont e mesmo assim você foi embora. Mike, diz a verdade.
Ele me encarou, parecendo me testar.
– Algo me diz que você já sabe. - eu parei no mesmo lugar e olhei ao redor, procurando qualquer sinal de que estivéssemos sendo observados - O que foi?
– Nada. - e olhei pra ele novamente - Sei que pareço estranha, mas vai ficar tudo bem. Se você me ajudar. Agora me diz a verdade. - meu irmão continuava a me encarar e o olhar que ele usava sobre mim eu nunca vira antes, e que estava começando a me amedrontar.
– Conheço Logan Relmont de lendas. Lendas sobre criaturas sobrenaturais que se transformam quando a lua atinge sua melhor fase, que mudam de forma.
– Lobisomens? - ele assentiu - É.
– Você não me parece surpresa.
– É que isso não é bem novidade pra mim.
– Como assim, Ammy?
– Depois eu te explico. Mas agora me fala, é verdade que a vovó é uma bruxa?
Mike arregalou os olhos.
– Como você sabe disso?
– Descobri da pior maneira, mas então, é verdade ou não?
– Sim... É verdade...
– Ah, meu Deus... - passei as mãos pelos cabelos - Por que esconderam isso da gente todos esses anos? Somos uma família!
– Acha que isso é uma coisa aceitável no mundo dos humanos? Que qualquer um ouvisse isso ficaria numa boa? Claro que não, Ammy. Criaturas sobrenaturais se escondem exatamente por essa causa, o anonimato é muito mais fácil.
– E... Você?
– O que tem eu?
– É... Um deles? - vi o maxilar dele enrijecer e ele levantar seu queixo.
– Vamos pra casa, você já sabe demais!

Gente, sério, sem sacanagem, to postando agora e a essa hora porque minha internet simplesmente é mais lenta que a de um celular, tanto que eu tenho que recarregar umas mil vezes só pra carregar o google e olhe lá. Esperei até agora pra ver se eu conseguia entrar. Minha mãe quer até se mudar daqui pra conseguir uma rede wi-fi pra gente. To quase enlouquecendo, sério!
Bem. espero que tenham gostado! Beijos

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 renata massa