- Tá com
você!
Senti o leve
tapa em meu braço, ri logo em seguida ao ver minha irmã correr de mim,
continuando a brincadeira, então eu fui atrás, correndo também. Cabelos
esvoaçando, vestidos balançando, risos e a brisa acalentando nossos rostos, formando
uma cena linda de se ver. Duas meninas correndo pelo campo.
Eu
finalmente consegui alcançar minha irmã e nós caímos no gramado, rindo. Ela se
endireitou, sentando-se e me abraçou ao seu lado.
- Sinto
tanto a sua falta, Dallas. Aguentar tudo só tem sido muito duro.
- Eu sempre
vou estar com você, no seu coração e em sua memória. Mas precisa lutar você
mesma por sua felicidade, precisa dar uma segunda chance à nossa mãe, Hale.
- Me
desculpa, eu não consigo, tudo o que ela fez ao papai, a mim... – respondi e
ela me apertou mais forte.
- Um dia
você vai conseguir, você abrirá seu coração novamente e será muito feliz, minha
irmãzinha. – ela beijou minha testa e sorriu travessa, se levantando e foi
quando percebi que a brincadeira havia recomeçado.
No instante
seguinte, não bastou o choque de realidade vindo à tona, percebi que estava com
o colchão, lençóis, roupas e todo o resto ensopados. Com o susto, inspirei com
violência, o que só me fez tossir, engasgada pela água. Tirei o cabelo do rosto
e vi que Dianna segurava um balde vazio que ainda pingava, enquanto
sustentava uma expressão dura.
- Qual é o
seu problema?! - berrei.
- Chamei
você três vezes. Tá atrasada, levanta. – e saiu, do quarto, batendo a porta
atrás de si antes que eu pudesse acertá-la com o travesseiro molhado.
- Eu odeio
você!
Tenho que
confessar que deu muita vontade de pular pela janela do segundo andar só pra
não ter que ir à escola, mas era preciso... Então me arrastei para o banheiro.
Comparado a tudo o que já fiz, isso não era nada, mas o fato de estarmos
falidos em uma cidade nova já é preocupação o suficiente.
Papai sempre
fez o melhor por todos que ama, mas até ele cometeu seus erros quando preferiu
manter o casamento com aquela mulher...
Escovei os
dentes, lavei o rosto, tomei um banho e troquei de roupa. Quando cheguei à
sala, papai estava comendo panquecas e Dianna fazia mais em uma frigideira,
provavelmente pra ela porque um prato cheio esperava por mim no canto. Me
sentei ao lado de Eddie, que me olhou com um misto de curiosidade e surpresa.
- Sem
reclamações? Deve ter dormido muito bem.
- Até que
tenho. – dei de ombros – Mas se eu reclamar, não vai te impedir de me
escoltar, vai?
- Não. – ele
concordou, sorrindo e depois comeu outro pedaço de panqueca.
Terminei de
tomar café, meu pai também e pegou as chaves do carro enquanto eu pegava a
mochila.
- Espera. –
Dianna me parou – Passa pra cá. - exigiu.
- O quê?
- Anda, eu
sei que você escondeu nos bolsos.
- O que tá
acontecendo aqui? – Eddie interveio.
- Sua filha
pensa que eu sou idiota o suficiente pra deixar ela ir pra escola com cigarros
outra vez. Anda, passa pra cá. - repetiu.
- Idiota
talvez não, mas louca de pedra? Com certeza.
- Hale... –
Eddie repreendeu – Não piora tudo sem necessidade, me dê os cigarros.
Eu ainda
tentei fazer uma cara de indignação, e quando não deu certo, revirei os olhos,
entregando a caixa que estava na mochila. Quando os dois se deram por
satisfeitos, meu pai e eu caminhamos até a caminhonete na garagem. Demorou uns
vinte minutos para chegarmos na instituição. Seria uma escola pública dessa
vez, Eddie não tinha mais condições de pagar uma particular e eu também fui
expulsa de qualquer jeito.
Olhei pelo
vidro na janela do carro. É, sem nenhuma expectativa mesmo. Estava prestes a
sair do carro, mas Eddie me parou.
- Pode, por
favor, tentar se comportar dessa vez?
Eu ri. – Não
prometo nada.
- Hale... –
ele repreendeu.
- Que é?
Você me conhece e ainda fala isso.
Ele bufou.
- Eu volto
pra pegar você às três. – eu assenti e saí do carro, com minha mochila nas
costas. Vi o carro dele se afastar.
Mesmo com
todos “comportados” direcionando olhares diretos pra mim, provavelmente pelo
modo largado como me visto, ainda encontrei olhares travessos ao passar a vista
pelo local. É, vai dar pra encarar o terceiro ano.
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Sim, eu ainda uso o nome de algumas pessoinhas familiares. Resolvi que eles se encaixavam bem na história e não quis mudar, porém, algumas características físicas foram mudadas pra que não ficasse exatamente igual. To respondendo comentários, como sempre e muito obrigada por ainda comentar, sério! <3 Até quinta, no mesmo horário ;)
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Sim, eu ainda uso o nome de algumas pessoinhas familiares. Resolvi que eles se encaixavam bem na história e não quis mudar, porém, algumas características físicas foram mudadas pra que não ficasse exatamente igual. To respondendo comentários, como sempre e muito obrigada por ainda comentar, sério! <3 Até quinta, no mesmo horário ;)
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