Os primeiros
horários passaram em uma lentidão torturante, os ponteiros do relógio parecendo
tirar uma com a minha cara. Mas, pelo menos, as pessoas aqui não são robozinhos controlados, como em escolas anteriores. Meu pai sempre me
colocou em escolas assim, pois achava que os professores me fariam “criar
juízo”, só que exatamente o contrário aconteceu e eu fui expulsa. Aqui posso fumar no estacionamento o maço que escondi na calça tranquilamente.
- Com
licença. – duas garotas me despertaram dos pensamentos, tinham a aparência de
missionárias da igreja, ou pelo menos, alguém que a frequentasse bastante.
- Somos
representantes do grupo de jovens catequistas da escola e estamos procurando
por novos membros. – passei perto... – Se se interessar, nossas reuniões são às
terças e quintas à tarde, depois da aula. Adoraríamos te ver lá.
Minha voz
saiu como a de uma patricinha que acabara de ganhar um sapato novo.
– Claro! Eu... Vou ver na minha agenda. – forjei o sorriso mais falso que conseguia.
– Claro! Eu... Vou ver na minha agenda. – forjei o sorriso mais falso que conseguia.
- Tudo bem.
– elas forçaram outro e foram embora.
Um tempo
depois, o horário de almoço já tava acabando, eu peguei minha mochila, quase
conseguindo escapar, quando me puxaram pra dentro de um armário e taparam minha
boca, abafando o grito que saiu, um corpo grande e alto impedindo minhas
tentativas defesa. Estava escuro, um único flash de luz na brecha da porta me
permitiu ver que o diretor passou direto. Então a mão saiu da minha boca, uma
respiração soprando contra meu rosto indicou que a pessoa mantinha o rosto bem
perto. Era um cara, com certeza, ele fechou completamente a porta do pequeno
cômodo e voltou a me espremer, quase pude sentir seu sorriso malicioso sobre
mim.
- Me deixa
sair ou eu arranco suas bolas e envio pelo correio pra sua mãe.
- Calma,
garota nervosa... – Ele sussurrou, passando o dedo por meu rosto – Eu só queria
te convidar pra uma festinha que vai ter hoje à noite lá na praia.
- Não podia
ter me chamado do lado de fora como qualquer pessoa normal?
Ele deu de
ombros.
- Não queria
arriscar alguém ouvir, porque alguns querem realmente se divertir, se é que me
entende.
- Hum. –
assenti – E por que você me viu fumando, acha que vou gostar, é isso?
- Se você
não quiser ir, não vai, eu não to colocando uma arma na sua cabeça, nem te
ameaçando. Mas... – ele acabou de vez com o espaço entre nós, me espremendo no
cubículo e só então me dei conta de que ele era imenso. – Seria interessante se
aparecesse, novata. – me roubou um selinho e desapareceu, tão rápido que não
consegui ver mais que a jaqueta de couro e o cabelo preto repicado.
Que merda...
Saindo do
armário, vi que o corredor estava vazio, exceto por um cara que se atrapalhava
ao tirar os livros do armário. Ele bateu os olhos nos meus, mas logo desviou,
assustado. Conseguiu organizar os livros, ficando de pé.
Tá, ou eu
sou muito baixinha, ou os caras dessa cidade são gigantes. Esse nerd é
provavelmente uma cabeça mais alto que eu, talvez até mais alto que o louco que
me puxou pro armário.
- Senhorita
Dale? – levei um susto ao som da voz grave do diretor atrás de mim – O
intervalo já acabou, volte pra sua sala.
- Ok, sim,
senhor. – me virei e revirei os olhos no caminho.
Deu sete da
noite e eu estava descendo as escadas, quando Dianna me viu e eu fui parada.
- Aonde você
pensa que vai?
Bufei.
- Só dar uma
volta, ok? Conhecer a área. – ela ficou me encarando – Olha, eu não queria vir
pra essa cidade, pra início de conversa.
- Conheço
você, Hale.
- Tá, tá,
tá, grande novidade. – passei por ela e abri a porta, mas senti a mão dela em
meu braço. – Filha, por favor... Não precisa continuar com isso. Não tem um só
dia em que eu não me arrependa de tudo o que fiz com você. – escutei aquilo e
fechei os olhos com força, espremendo os lábios, mas não deixei que ela visse.
- Até mais
tarde, Dianna. – soltei meu braço e saí.
Oooooi
ResponderExcluirNão sei se vou conseguir comentar em todos os capítulos, mas sempre que eu puder, o passo aqui!
Cara, não sei o que pensar da mãe dela, lembro que eu odiava quando você postou a fic pela primeira vez, vamos ver como vai ser minha relação com ela agora...
Posta logo, beijos!
kkk não tem problema, só de ter gente lendo, já fico feliz! :)
ExcluirA mãe dela realmente fez muita coisa ruim, mas acho, só acho, que sua opinião vai ser um pouco melhor dessa vez ;)
Bjao