domingo, 20 de novembro de 2016

Capítulo 22 (último)


Revirei mais uma vez entre os lençóis antigos de Dianna, tentando miseravelmente relaxar pela décima vez naquela noite. Nenhuma posição era certa, apertava o edredom nas mãos, frustrada, quase rasgando, se é que era possível. Estava suada, o coração palpitava, sentia que iria enlouquecer e não tinha ideia do porquê.
Levantei da cama, saindo pelo corredor atrás de uma água gelada. Era como se tivesse com minhas mãos atadas, a vontade em minhas entranhas contorcendo-me em nervoso. Já estava assim há alguns dias, mas a cada noite era pior, e agora que meu pai estava bem e isso continuara, não sabia como resolver.
Depois da água me senti um pouco melhor, mas minha cabeça doía, tamanho o estresse, assim como minhas pálpebras. Voltei pelos corredores até chegar na porta do quarto novamente, dando de cara com Joseph, que parecia não conseguir pegar no sono também.
Reparando naquele corpo imenso usando apenas camiseta branca e calção azul, percebi porque estava tão tensa. Como se nossa mente convergisse, ambos avançamos um contra o outro num beijo faminto. Ele se abaixou, pegando minhas pernas, que enlaçaram seu quadril, sem separar o beijo, carregando-me até o quarto onde estava dormindo.
Oh, sim, era isso o que eu queria. Era isso que estava me faltando há muito, muito tempo.
Paramos um segundo, com medo de que alguém tivesse nos ouvido, mas como o silêncio continuou, Joseph voltou a me beijar, levando-me para sua cama. Comparado com o seu quarto em Forks, aquele era um cubículo, e eu o amei ainda mais por não ter dito nada, isso era humildade.
Suas mãos sumiram com minha blusa, assim como fiz com a camisa dele, os dois rindo da travessura que era aquele momento. Exatamente como antes, dois amantes, parceiros, compartilhando algo único que só diz respeito a nós dois.
Ele me encarou por um instante, segurando o meu rosto, parecendo fascinado, beijando-me novamente em seguida. Era estranho perceber que era a primeira vez que fazíamos isso, o que fez eu me perguntar se era a primeira vez dele, mas sua rapidez em retirar meu sutiã e colocou a camisinha respondeu que não.
Não demorou muito pra relação sexual começar de fato, ele pôs minhas mãos acima da minha cabeça, segurando apenas com uma das suas, passeando com a outra por todo o meu corpo enquanto investia cada vez mais rápido, cada vez mais fundo. A sensação que eu tanto esperara, chegava aos poucos, ficando mais intensa, uma explosão carnal. Um gemido alto foi abafado por outro beijo dele, que investiu apenas mais um pouco até atingir o ápice também. Seus lábios carinhosos desceram por meu rosto e pescoço, ato que quase me fez chorar.
Joseph repousou sua cabeça sobre meu ombro, meus dedos livres agora acariciando seus cabelos. O olhar relaxado e cansado dele me deixou feliz.
- Eu te amo. – sussurrei. Ele deu um sorriso fraco.
- Eu também te amo... Muito.

Fiquei observando-o pegar no sono, sorrindo até adormecer também.
De manhã, meu corpo estava tão relaxado que eu nem queria sair da cama. Olhei ao redor, o quarto estava vazio. Meu coração apertou, mas logo um moreno dos olhos azuis só de toalha entrou no quarto, usando somente uma toalha. Seu abdômen definido e cabelos estavam molhados e o cheiro de sabonete emanava no quarto.
Suspirei, sentando-me e sorri, recebendo o beijo que ele me deu ao se aproximar.
- Bom dia, caipira.
- Bom dia, cowboy. – ri – Amanhã voltamos pra Forks. To com saudade do Natan.

Joseph se sentou ao meu lado.
- E ele sente sua falta. Mas agora que eu trabalho na escola vou falar de você o tempo todo pra ele. – seus braços me rodearam, de modo que acabei deitada em seu peito, ainda segurando o lençol pra cobrir os seios.
- Como assim?
- Arrumei uma vaga pra ele lá. Me ofereci pra pagar todos os custos e depois de uma longa conversa, os pais dele aceitaram. No início do ano que vem nós dois começamos juntos.
- Ual... As coisas estão se ajeitando, afinal. Meus parabéns, você merece. Vocês dois. – virei-me para ele e estalei um beijo em seus lábios. Então fitei seus olhos – Mas eu também tenho que te falar uma coisa. – como ele não respondeu eu continuei – Minha tia Loren estava na cidade com o marido quando minha mãe sofreu o acidente, no dia do meu aniversário. Ela disse que indicaria meu trabalho fotográfico pra uma amiga famosa em Londres, como presente. – dei uma pausa, ajustando a posição em que estava – Bem, a mulher me mandou um e-mail dizendo que adorou. Ela quer que eu vá passar um ano com ela assim que minhas aulas acabarem, pra estudar sobre seu trabalho e nós aprendermos uma com a outra. Você é a primeira pessoa pra quem eu conto isso.
- Você já sabe se vai? – a voz dele saiu baixa. Era o que eu temia.
- Quero muito ir, na verdade. – respondi. Vendo seus ombros ficarem tensos, assim como sua expressão se tornar séria, fui logo emendando – Joe, é a oportunidade que eu tava esperando, de dar uma virada na minha vida, de seguir alguma ambição. Ter um sonho.
- E como nós ficamos?

Respirei profundamente.
- Se você puder me esperar, eu prometo que não vou te decepcionar. Não você. É a última pessoa no mundo a quem quero magoar, eu juro.

Seu peito subiu e desceu lentamente, então o rosto se suavizou e ele tocou o meu.
- Eu vou. – apoiou a testa na minha, fechando os olhos – Sempre vou.

Todos arrumaram suas malas pra partir à tarde. Eddie iria mesmo levar a bebezinha e registrá-la com o nome de Hope. Vovó pegou tudo o que era necessário pra não faltar nada para ela até chegarmos a Forks. Encontrou-me no quarto de Dianna e entrou, um sorrisinho travesso nos lábios.
- Querida, quando quiser ficar a sós com seu namorado quando vierem aqui, podem usar esse quarto de Dianna mesmo, ou a salinha dos fundos, o quarto de hóspedes onde ele ficou tem paredes muito finas. – e então deu uns tapinhas no meu ombro e saiu.


Eita...

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